VICTOR HUGO GALDINO
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No reflexo, na sombra
ou na lateral de um bom dia, feliz natal ou tchau guarda-se e aguarda-se um
fluxo de confusões internas e simplesmente suficientes pra serem entendidas, ou
devoradas. Que o atraso das questões irrespondíveis transformem-se em mais um patamar
a ser vivido e provado, ambicionado e desejado como a sede de cada beijo. E foi
tatuada na boca, no lábio superior uma mordida escrita e desenhada em língua
francesa, alemã ou japonesa - não importa, era algo que dizia de modo tácito
que temos uma vida inteira para ser vivida. Que a timidez sambe, dance, cante,
grite e que o riso sinta o prazer do seu retorno, que falte ar, falte suor,
falte tempo, porém nunca pode faltar motivo pra se gostar de alguém. E quando
eu não me lembrar de absolutamente nada, existirá um porta retrato pendurado na
parede do lado direito do meu pensamento com uma foto sua.