terça-feira, 21 de maio de 2013

A METÁFORA DO SORRISO



   Talvez tenha sido por causa dessa sutileza que existe no canto do teu sorriso que minha alma resolveu expor-se. O tempo se encarregou de jogar no rosto o que seria óbvio, porém inseguro. Foi à dúvida que cavalgou bruscamente durante quilômetros, dias, anos, e cansou, não resistiu à insistência da força de dois corpos indiretos, conhecidos, desconhecidos e atraídos. Tomou meus braços, meus abraços e o meu pensar.  Notei que era amor quando o meu eu não me pertencia inteiramente mais. Assuste-se com o que se aproxima, sinta-se na brisa, molhando, deslizando, acariciando o beijo recíproco. Sinta o cheiro, permita-se. Corações, corpos correspondidos e afogados em planos sedentos. E que o futuro venha como a noite, inevitável, admirável e discreta. Dentro daqueles olhos eu vi a total sinceridade, além do físico, além do abstrato, além das metáforas, além de tudo que respirei. Não somos dois, somos um.