segunda-feira, 28 de outubro de 2013

HEY, SOFIA..


                                                                                                              VICTOR HUGO GALDINO
BLOG: sexoemesadebar.blogspot.com

Não me entenda mal, mas acho que existe uma resposta pra isso tudo, não sei se ela vai chegar um dia, nem sei se é preciso chegar, só sei que permaneço aqui sentando nesse bar bebendo enquanto não entendo nada.  É tão bom viver suspenso nas trocas de olhares imagináveis. Essa simetria sentimental particular, a percepção de que o futuro que está chegando não é tão real quando a sensação de está bêbado. Viver de amor é viver e não sei se estou vivo ainda, Sofia. Dormir e sentir a falta de acordar com a tal e seletiva voz sobrevoando meu pensar. Eu sinceramente a cada dose de Rum nesse recinto entrego meu viver aos meus instintos. Meu coração cobra e clama todas as noites. É amor, e o amor não se questiona se vive, assim como essa última dose de Montilla pura que acabei de beber! Não sei o que mais me embriaga, se é sua ausência ou estar nesse lugar desacompanhado. Minhas mãos estão úmidas e frias tão quanto meus olhos e minha alma, Já ouviu falar em solidão Sofia? É o que me resta para hoje. Não sei por que ínsito em te escrever já que tenho a certeza que jamais irá ler, afinal Sofia, mortos não pensam, não falam, não leem, apenas se vão sem deixar explicação, exatamente como você fez. E li nos seus pulsos cortados  a mesma angustia que leio no rótulo da minha solidão. Não sei onde você está, mas seja lá onde estiver, digo-te que brindo aqui sozinho esta última dose pensando em teu nome, Sofia.