VICTOR HUGO GALDINO
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Não me
entenda mal, mas acho que existe uma resposta pra isso tudo, não sei se ela vai
chegar um dia, nem sei se é preciso chegar, só sei que permaneço aqui sentando
nesse bar bebendo enquanto não entendo nada. É tão bom viver suspenso nas
trocas de olhares imagináveis. Essa simetria sentimental particular, a percepção
de que o futuro que está chegando não é tão real quando a sensação de está
bêbado. Viver de amor é viver e não sei se estou vivo ainda, Sofia. Dormir e
sentir a falta de acordar com a tal e seletiva voz sobrevoando meu pensar. Eu
sinceramente a cada dose de Rum nesse recinto entrego meu viver aos meus
instintos. Meu coração cobra e clama todas as noites. É amor, e o amor não se
questiona se vive, assim como essa última dose de Montilla pura que acabei de beber! Não sei o
que mais me embriaga, se é sua ausência ou estar nesse lugar desacompanhado.
Minhas mãos estão úmidas e frias tão quanto meus olhos e minha alma, Já ouviu
falar em solidão Sofia? É o que me resta para hoje. Não sei por que ínsito em
te escrever já que tenho a certeza que jamais irá ler, afinal Sofia, mortos não
pensam, não falam, não leem, apenas se vão sem deixar explicação, exatamente
como você fez. E li nos seus pulsos cortados a mesma angustia que leio no
rótulo da minha solidão. Não sei onde você está, mas seja lá onde estiver,
digo-te que brindo aqui sozinho esta última dose pensando em teu nome, Sofia.