sexta-feira, 29 de novembro de 2013

SOFIA, MEU AMOR...

                             
VICTOR HUGO GALDINO
BLOG: sexoemesadebar.blogspot.com



Estou usufruindo de minha própria ousadia pra te escrever novamente. Foram tantas tardes alaranjadas e degradês que vivi a criança que até então não sou mais. Ainda posso sentir a água molhando e dançando sobre os meus pés enquanto seguia o percurso natural do riacho, sinto com a mesma propriedade que percebo minhas lágrimas molhando esta carta. Ser feliz deveria ser pra sempre, Sofia.  Escrevo dessa vez, pra contar que hoje senti sua falta. Hoje choveu, lembrei que você gostava da chuva, do cheiro dela, da paz e eu corri sobre o campo gritando seu nome, tentei procurar seu cheiro entre as gotas d’água que caiam em mim.  Às vezes eu esqueço que você não vive mais e essa estranha ideia me persegue, entretanto mergulho em mim ao lembrar que eram sorridentes, azuis e vivas as manhãs de domingo. Eu conseguiria compor a mais bela canção se tivesse a oportunidade de viver aquilo tudo novamente, de ser vivo novamente e te ter novamente. Agora é tudo escuro, sem ar, sem vida. Não me adaptei a minha própria existência sutil e solitária. É frustrante essa mania de achar que você vai voltar, eu não tenho a grandiosa noção que a morte representa. Não consigo aceitar a compulsiva ideia de que sua ida foi definitiva. Isso deve ser reflexo da saudade. Na verdade eu estou com saudade você, Sofia. Continuo a escrever com a esperança de que um dia você corresponda. A saudade de você está me corroendo por dentro me dando esperanças incoerentes. 
NOVEMBRO DE 2013
                                                                              

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